Investigações sobre os corredores da Política e da Corrupção! Blog em constante atualização..
quinta-feira, 5 de novembro de 2015
ABSURDO! DOCS. CONTRA REDE GLOBO, ROUBADOS DA RECEITA FEDERAL, SÃO RECUPERADOS POR JORNALISTA!!!
No dia 2 de julho do ano passado, um grupo de blogueiros, com o Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé e o Mega Cidadania à frente, foi ao Ministério Público Federal no Rio de Janeiro e entregou uma representação com 25 páginas do processo da Receita Federal em que os donos da TV Globo são responsabilizados pela prática de crime contra a ordem tributária.
O procurador recebeu os documentos e encaminhou para a Polícia Federal, que abriu inquérito. “Tinha grande esperança de que o crime fosse, finalmente, apurado, em razão da independência do Ministério Público”, diz Alexandre César Costa Teixeira, autor do blog Mega Cidadania.
Funcionária, que roubou processo recebeu HC de Gilmar Mendes
DOCUMENTOS DO PROCESSO CONTRA GLOBO DESAPARECIDOS, ENTENDA O CASO:
O processo desapareceu da Receita Federal no dia 2 de janeiro de 2007, quando já estava separado para que uma cópia fosse encaminhada ao Ministério Público Federal, com uma representação para fins penais, em que Roberto Irineu Marinho, João Roberto Marinho e José Roberto Marinho são apontados como responsáveis por crimes contra a ordem tributária.
Uma investigação da Receita Federal apontou a agente administrativa Cristina Maris Meinick Ribeiro como responsável pelo sumiço. A prova mais forte contra ela é um vídeo que registra a entrada e a saída da Delegacia da Receita Federal.
Na entrada, Cristina Maris aparece com uma bolsa. Na saída, além da bolsa, ela tem uma sacola, onde, segundo testemunhas, estavam as três pastas do processo.
Seis meses depois do crime, a agente administrativa acabou presa, a pedido do Ministério Público Federal, mas ficou apenas dois meses e meio atrás das grades.
Sua defesa, formada por cinco advogados, conseguiu no Supremo Tribunal Federal um habeas corpus, numa decisão em que o relator foi o ministro Gilmar Mendes.
Em janeiro de 2013, Cristina Maris foi condenada a 4 anos e onze meses de prisão. O juiz que assina a sentença escreveu que Cristina agiu “com o evidente propósito de obstar o desdobramento da ação fiscal que nele se desenvolvia, cujo montante ultrapassava 600 milhões de reais.”
No mesmo processo em que foi condenada por ajudar a Globo, Cristina Maris respondeu à acusação de interferir no sistema de informática da Receita Federal para dificultar a cobrança de impostos de outras três empresas.
Cristina Maris vive hoje num apartamento da avenida Atlântica, esquina com a rua Hilário de Gouveia, em Copacabana, mas não dá entrevista. Informado de que eu gostaria de conversar com ela, o porteiro acionou o interfone e, depois de falar com alguém, disse que ela não estava.
O processo da Receita Federal permaneceu desaparecido até que Alexandre conseguiu com um amigo cópia de 25 páginas do processo e as entregou para Miguel do Rosário, que publicou em O Cafezinho.
Eu fui apresentado ao amigo de Alexandre em um apartamento no centro da cidade. Sob condição de não ter seu nome revelado, ele me levou, no dia seguinte, a uma casa no subúrbio carioca, e ali telefonou para outra pessoa, a quem pediu para trazer “a bomba”.
Não eram apenas 25 páginas, mas o processo inteiro, original.
Meia hora depois, chegaram dois homens, um deles com uma mochila preta nas cotas.
Abrigaram a mochila e tiraram de dentro os dois volumes do processo, mais o apenso.
Os documentos são originais, inclusive os ofícios da TV Globo, em papel timbrado, em que a empresa, questionada, entrega os documentos exigidos pela Receita Federal.
Alguns desses documentos, são os contratos em que a Globo, segundo o auditor fiscal Alberto Sodré Zile, simula operações de crédito e débito com empresas abertas no Uruguai, Ilha da Madeira, Antilhas Holandesas, Holanda e Ilhas Virgens Britânica, a maior parte delas paraísos fiscais.
Esses contratos, que o auditor Zile classifica como fraude, têm a assinatura de Roberto Irineu Marinho e de João Roberto Marinho. TV Globo, Power, Porto Esperança, Globinter, Globo Overseas são algumas das empresas que fazem negócios entre si para, ao final, adquirir uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, a Empire, que tinha como sede uma caixa postal compartilhada com Ernst & Young Trust Corporation e detinha os direitos de transmissão da Copa do Mundo de 2002.
Analisada superficialmente, a papelada indica que a Globo tem uma intensa atividade internacional, e está em busca de novos espaços no exterior. Vistos com lupa, como fez o auditor da Receita Federal, esses documentos mostram que tudo não passou de simulação.
As empresas são todas controladas pela família Marinho e os contratos são de mentirinha. No fundo, o que a Globo busca é se livrar do imposto de renda que deveria ser pago na fonte, ao comprar os direitos de transmissão da Copa do Mundo.
O amigo de Alexandre esclarece que os dois homens que guardam a bomba não pertencem à quadrilha, que faz desaparecer processos das repartições públicas do Rio de Janeiro, a qual a ex-funcionária da Receita Federal Cristina Maris prestou serviço.
Os processos estiveram em poder da quadrilha até que o amigo de Alexandre conseguiu resgatá-lo da única maneira que se negocia com bandidos: pagando o preço do resgate. Ele não diz o valor.
Alexandre recebeu os originais e quis entregá-los à Polícia Federal num fim de semana. Mas, ao saber que se tratava do inquérito da Globo, o delegado de plantão teria se recusado a ficar com os documentos.
Alexandre decidiu então esperar ser chamado para depor, oportunidade em que entregaria uma cópia do processo ou mesmo o original, caso o delegado quisesse. Mas, a intimação que ele esperava receber, nunca chegou.
“Dizem que o processo da Receita Federal foi remontado, com cópias fornecidas pela Globo. Seria interessante comparar o original com esse processo remontado, se é que foi remontado”, afirma.
Na sexta-feira da semana passada, eu procurei o delegado encarregado do inquérito, Luiz Menezes.
Quando perguntei do inquérito, ele disse: “Esse inquérito já foi relatado e foi para a justiça federal.” Quando perguntei sobre a conclusão dele, respondeu: “Arquivo”. Por quê? “A Globo apresentou o DARF de recolhimento do imposto.” O senhor se lembra de quanto era o DARF? “Não”.
Na 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, a informação que obtive é que, no dia 7 de outubro, o processo deixou existir, tomando o caminho do arquivo, como sugerido pelo delegado, com a anuência do Ministério Público Federal.
Sobre a hipótese de ter havido crime de lavagem de dinheiro, cuja punibilidade não é extinta mesmo com o pagamento de imposto atrasado, o delegado Luiz Menezes não quis falar.
Por que um processo que desapareceu dos escaninhos da Receita Federal em janeiro de 2007, beneficiando a TV Globo, sobreviveu no submundo do crime?
Segundo o amigo de Alexandre, a situação saiu do controle da Globo, quando o processo caiu nas mãos de um homem que tentou extorquir dinheiro da empresa.
“A Globo pagou para fazer desaparecer o processo da Receita e teria que pagar de novo”, diz.
Aqui entra uma versão em que é difícil separar a lenda da verdade:
Com a ajuda de um aparato policial amigo, a Globo teria tentado retomar os documentos à força, mas a operação falhou, e o processo continuou no submundo até que foi trazido à luz pela militância na internet.
Hoje, mesmo contendo informações de teor explosivo, as autoridades querem distância do processo.
“A Globo é blindada. Nós tentamos chamar a atenção para o problema, mas ninguém se dispõe a ouvir”, diz Alexandre.
Na época da Copa, Alexandre procurou as empresas de outdoor do Rio de Janeiro, para divulgar um anúncio em que informa da existência do processo e pede a apuração.
A campanha era assinada pelos blogueiros, mas nenhuma empresa de outdoor aceitou abrigar a mensagem.
Enquanto órgãos oficiais não investigam o caso, o processo da Receita Federal, que envolve a Globo continuará sendo transportado em mochilas no subúrbio do Rio de Janeiro.
FONTE: DCM
terça-feira, 3 de novembro de 2015
Cronograma das Contas Secretas de Cunha na Suiça - Documentos comprovam participação de Cunha, esposa e filha, nos esquemas de corrupção
Relatório de Análise de documentos enviados pela Suíça confirma que presidente da Câmara recebeu de lobista do PMDB 1,3 milhão de francos suíços na conta ORION SP
Relatório de Análise do Ministério Público Federal indica todos os caminhos secretos que o dinheiro atribuído ao presidente da Câmara percorreu até a Suíça. Em 57 páginas, a Secretaria de Pesquisa e Análise, braço da Procuradoria-Geral da República, afirma que o rastreamento financeiro e o cruzamento de informações permitiram concluir que Eduardo Cunha recebeu em sua conta ORION SP, entre 30 de maio de 2011 e 23 de junho de 2011 montante de CHF (francos suíços) 1.311.700.
O documento que dá base à ofensiva de Rodrigo Janot – chefe do Ministério Público Federal -, contra o deputado peemedebista, é datado de 9 de outubro e subscrito pelo perito criminal da Polícia Federal Gilberto Mendes, assessor-chefe da Secretaria de Pesquisa e Análise.
A perícia recebeu um pen drive contendo 35 arquivos do tipo .PDF com documentos e extratos bancários de contas mantidas no exterior pelo deputado, seus familiares e pelo empresário João Augusto Rezende Henriques, apontado como lobista do PMDB na área Internacional da Petrobrás no esquema de corrupção que vigorou na estatal entre 2004 e 2014.
Analisando os dados enviados pela Suíça, a perícia da Procuradoria-Geral anota que a conta Orion SP de Eduardo Cunha foi abastecida por João Henriques.
Os extratos confirmam versão do próprio Henriques, em depoimento à força-tarefa da Operação Lava Jato, sobre o dinheiro de Eduardo Cunha. Em depoimento, o lobista afirmou que a transferência para Cunha está ligada a um contrato da Petrobrás relativo à compra de um campo de exploração em Benin, na África.
Segundo o Relatório de Análise do MPF a origem dos recursos foi o pagamento realizado pela Petrobrás Oil and Gas BV, no dia 3 de maio de 2011, no valor de US$ 34,5 milhões, em favor da Companie Bennoise Des Hydrocarburessarl, referente à compra dos direitos de exploração de um campo de petróleo em Benin, na Africa.
“A conta Acona International Investments LTD, pertencente a João Augusto Rezende Henriques recebeu em 5 de maio de 2011 0 montante de US$ 10 milhões provenientes da empresa Lusitania Petroleum
LTD, pertencente a Idalecio de Oliveira”, aponta o relatório da Procuradoria. “Após receber os US$ 10 milhões, João Augusto Rezende Henriques realizou várias transferências e também providenciou uma operação de câmbio, no dia 26 de maio de 2011, na qual vendeu US$ 1,5 milhão de dólares, que resultou na compra de CHF 1.311.750,00 francos suíços.”
A Procuradoria afirma que João Henriques transferiu os francos suíços ‘praticamente a totalidade’,
em favor da conta Orion SP no Banco Merry Lynch, pertencente a Eduardo Cunha. “Foram 5 transferências realizadas entre 30 de maio de 2011 e 23 de junho de 2011, sendo 4 no valor de CHF 250.000,00 francos sui~os e 1 no valor de CHF 311.700,00 francos suíços. Todas essas transferências foram confirmadas tanto no extrato da conta de origem dos recursos (conta Ancona International LTD, de João Henriques), como no extrato da conta destinatária dos recursos (conta Orion SP, de Eduardo Cunha)”, informa o documento.
Contas. O relatório destaca, amparado nas informações enviadas pela Suíça, que naquele país europeu estão bloqueados desde 17 de abril de 2015 CHF 2.348.000,00 na conta Netherton Investments, de Eduardo Cunha, e mais CHF 166.854,00 na conta Kopec, de Claudia Cordeiro Cruz, mulher do presidente da Câmara. O relatório esmiuça as cinco contas que se ligam e que incriminam o presidente da Câmara: Triumph SP, Orion SP, Netherton Investments LTD, Kopek, e Acona International, alojadas nos bancos suíços Julius Bar e BSI.
A origem do dinheiro do presidente da Câmara é a a empresa Triumph SP, constituída em Edimburgo, Escócia, em 6 de outubro de 2005.
Na prática, a Triumph é o trust do deputado sob fogo cerrado da Procuradoria-Geral da República. “Trata-se de uma empresa de TRUST utilizada para fazer a custódia e administração de bens, interesses ou valores de terceiros. Consiste na entrega de um valor a uma pessoa (fiduciário) para que seja administrado em favor do depositante ou de outra pessoa por ele indicada (beneficiário). Uma das principais finalidades na criação de uma empresa de trust é possuir um patrimônio que seja mantido e administrado por um indivfduo ou instituição responsável, e assim, investir de forma anônima.”
Para abrir a conta da Triumph na Suíça, Eduardo Cunha valeu-se dos serviços fiduciários de escritório sediado em Douglas, capital do paraíso fiscal Ilha de Man (Isle Of Man), dependência da Coroa do Reino Unido que inclui diversas ilhas no mar da Irlanda.
O Relatório de Análise do Ministério Público Federal assinala que a conta 4546.6857, em nome da Triumph SP, foi aberta em 3 de maio de 2007 no Banco Julius Baer (antigo Merryll Lynch Bank), em Genebra. Ela se refere à conta do tipo Trust Account, ou seja, ‘uma espécie de ‘conta de confiança’ em que alguém está autorizado a abrir a conta em nome de uma Pessoa Politicamente Exposta (PEP)’.
“Diversos documentos comprovam que Eduardo Cunha é de fato beneficiário efetivo (beneficial owner) de todos ativos depositados na conta Triumph SP, aparecendo seu nome em vários documentos, inclusive cópia de seu passaporte, cópia do visto americano, data de nascimento, endereço no Rio de Janeiro.”
Outra informação que a perícia avalia ‘interessante’ é que Eduardo Cunha possui também relacionamento em outra instituição financeira no exterior, Delta Bank of New York. O provedor dos ativos depositados na conta da Trust denominada Triumph SP e quem está autorizado a controlar estes ativos é Eduardo Cunha.
Fonte: Estadão
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